ESPIRITISMO PARTE 2

O ESPIRITISMO
"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, oferecendo- se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hebreus 9.27,28).
Segundo Allan Kardec, espírita é todo aquele que acredita na manifestação dos espíritos. Com base nesse conceito os adeptos dos cultos afro-brasileiros são também espíritas. Outra declaração curiosa de Kardec é que o espiritismo seria a terceira revelação de Deus à humanidade: Moisés seria a primeira, Cristo a segunda e o próprio Kardec a terceira. Os kardecistas, seguindo orientação de Kardec, afirmam que Cristianismo e espiritismo são uma mesma coisa. Se fosse assim ambos ensinariam também uma mesma coisa sobre Deus, sobre o Senhor Jesus, sobre homem e o pecado, sobre a salvação e a Bíblia. A abordagem aqui é uma análise bíblica sobre o assunto.
 
COMO TUDO COMEÇOU?
A coluna vertebral do espiritismo é a comunicação com os mortos, necromancia, que exige uma crença na reencarnação. A
doutrina da reencarnação, também chamada transmigração das almas é muito antiga, vem desde o Hinduísmo passando pela Grécia antiga, Pitágoras (Séc. VI a. C). Apesar de sua antigüidade, o espiritismo moderno marca seu início em 1848, começou em Hydesvillle, região de Nova Iorque, Estados Unidos.
 
As irmãs Margareth, na época com 12 anos de idade, e Katharine Fox afirmaram ver mesas girando e ouvir pancadas na casa. Faziam perguntas e essas eram respondidas mediante estalido de dedos. Elas sentiram a sensação de estar se comunicando com o mundo invisível. Isso chamou a atenção de muita gente; logo, estas práticas começaram a se espalhar.
Elas se tornaram médiuns e percorreram a Europa difun-dindo a comunicação com os mortos. Depois elas mesmas contaram que tudo isso era coisa de vivos e não de mortos. Foi na Academia de Música de Nova Iorque que Margareth, em 1888, contou que os ruídos eram porque, desde os seus sete anos de idade aproximadamente, aprendeu deslocar maçãs, puxadas por fios cobertos com papel, para assustar sua sobrinha. A mãe foi enganada pela aparente imobilidade da filha e atribuiu os sons a um espírito. Essa retratação foi publicada em 24 de setembro de 1888, no New York Herald.
Margareth demonstrou na presença de todos a técnica, que havia aprendido ainda muito nova, de provocar estalidos com os dedos dos pés. O Jornal World, de Nova Iorque, diz que no dia 21 de outubro de 1888 Margareth deu uma demonstração desses estalidos:
"Um simples tamborete ou mesinha de madeira, descansando sobre quatro pés curtos e tendo as pro-priedades de uma caixa de ressonância foi colocado diante dela. Tirando o calçado, colocou o pé direito sobre esta mesinha. Os assistentes pareciam conter a
respiração, e esse grande silêncio foi recompensado por uma série de estalidos breves e sonoros — os tais sons misteriosos que, por mais de quarenta anos, têm assustado e desorientado centenas de milhares de pessoas, em nosso país e na Europa... Uma comissão, composta cle três médicos convocados entre os assistentes, subiu então ao palco e, examinando o pé durante o som das 'pancadinhas', concordou, sem hesitar, que os sons eram produzidos pela ação da primeira junta cio cledo grande do pé". (MOREIRA, Reginaldo Pires. Grandes Verdades Sobre o Espiritismo, JUERP, Rio, 1997, p. 37).
 
As irmãs Fox tornaram-se alcoólatra e viram-se obrigadas a se retratar publicamente de suas fraudes.
A linha espírita mais conhecida hoje no Brasil é a kardecista, nome derivado de Allan Kardec. Nascido em 1804, seu nome verdadeiro era Hipolyte Léon Denizard Rivail, médico e professor francês. Lançou o seu primeiro livro O Livro dos Espíritos, em 1857. Influenciado por um amigo, passou a freqüentar reuniões espíritas e, por fim, tornou-se médium. Em 1858 ele organizou em Paris a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Adotou o nome Allan Kardec alegando ser o seu nome na outra encarnação. Faleceu em 1869.
Antes mesmo da morte de Kardec, Luís Olímpio Teles de Menezes fundou em Salvador, BA, o primeiro centro espírita, em 1865. Em 1873 foi fundado no Rio de Janeiro a Sociedade de Estudos Espiríticos do Grupo Confúcio, que se encarregou de traduzir para o português as obras de Allan Kardec. Dessa Soci-edade surgiram outros grupos. Dez anos depois começaram a
publicar a revista Reformador, que hoje é o órgão oficial da Fe-deração Espírita Brasileira.
 
TEOLOGIA ESPÍRITA
Os espíritas recusam aceitar a Bíblia como a infalível Pala-vra de Deus. Fazem uso dela para justificar algumas de suas crenças nalguns textos bíblicos selecionados e interpretados fora do contexto. O que Jesus chamou de novo nascimento em João 3.3: "...aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus"; eles chamam de reencarnação. O absurdo dessa inter-pretação kardecista pode ser visto nas palavras do próprio Senhor Jesus: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo 3.6). Ainda que existisse reencarnação, mesmo assim seria nascer da carne. Logo Jesus não estava falando de reencarnação, mas do novo nascimento, de alguém se converter à fé cristã.
Como eles acreditam que são a terceira revelação de Deus à humanidade, logo não precisam da Bíblia. Suas crenças vêm dos espíritos, principalmente da obras de Allan Kardec, O Livro dos Espíritos e o Evangelho Segundo Allan Kardec, revelações con-traditórias em si mesmas e de fontes estranhas. Pode ser cristão quem não acredita na Bíblia? Não. A fonte única de autoridade para a vida e a conduta do cristão é a Bíblia. É a única revelação escrita de Deus à humanidade, pois "... os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (1 Pe 1.21). Ela é inspirada por Deus e perfeita. Veja 2 Timóteo 3.16; salmo 19.7.
Seu conceito sobre Deus
Uns são deístas, doutrina que afirma a existência de Deus, mas que ele está muito longe de nós e não se envolve com os
assuntos humanos. É como um relojoeiro que dá corda a um relógio e esquece dele. Doutrina dos epicureus. Nós somos teístas, é a doutrina bíblica que ensina que Deus está muito próximo de nós: "... ainda que não longe de cada um de nós" (At 17.24-27) e que está interessado no ser humano (Hb 11.6). 
 
Outros são panteístas, doutrina que confunde o Criador com a criatura. Mas há declarações panteístas nos escritos de Allan Kardec como, por exemplo: "Deus é a inteligência suprema".
A Bíblia revela um Deus pessoal, com atributos pessoais, tem vontade própria, consciência de si mesmo. A Bíblia fala das tábuas da lei "escritas pelo dedo de Deus" (Êx 31.18); fala do coração de Deus "Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração" (At 13.22). Ele tem parecer e voz: "Vós nunca ouviste a sua voz, e nem vistes o seu parecer" (Jo 5.37). Não é, portanto, correto afirmar que Deus seja impessoal, é, portanto, anti-bíblico o panteísmo.
Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Espíritos, afirma que Deus é único. E verdade que a Bíblia fala da unidade de Deus. Isso já vimos em Deuteronômio 6.4. Como Kardec nada falou sobre a Trindade, fica claro que essa unidade a que se refere não é a mesma unidade composta revelada na Bíblia, constituída de Pai, Filho e Espírito Santo. Veja Mateus 28.19. Além disso, os principais expositores espíritas negam a doutrina da Trindade.
 
Seu conceito sobre Jesus Cristo
Rejeitam a deidade absoluta de Jesus. As Testemunhas de Jeová modificaram passagem de João 1.1, na TNM, usando a se-guinte expressão: "e a Palavra era [um] deus", na versão espanhola, sequer aparecem os colchetes em "um". Esse é um dos artifícios da Sociedade Torre de Vigia. Mas, o artifício dos espíritas é diferente, argumentam que foi o apóstolo João quem
escreveu o texto, que não são palavras de Jesus, logo não teria a mesma autoridade. Isso por si só revela a fraqueza dessa sua interpretação. Qual, pois a diferença entre as palavras ipsis litteris de Jesus e as do apóstolo inspirado? Todavia, não existe na Bíblia textos mais inspirados do que outros, toda a 
 
Bíblia é inspirada por Deus.
Jesus é colocado no mesmo nível dos grandes filósofos ou fundadores de religião do passado como Sócretes, Buda, Confúcio, Zoroastro, Maomé e outros. Socialmente falando, os espíritas se apresentam como pessoas amáveis e simpáticas, cheias de boas intenções, ajudando creches e instituições filantrópicas. Não se dão conta do quanto estão desonrando a Deus em considerar o Senhor Jesus como apenas um mero iluminado ou ilustre humano igual a tantos outros. No campo espiritual, eles são arrogantes e presunçosos. Já têm o evangelho segundo Allan Kardec e não admitem precisar de Jesus, sequer consideram o espiritismo como religião e muito menos seita.
Não reconhecer a singularidade de Jesus é negar o Cristianismo. A Bíblia diz que Jesus está à direita de Deus nos céus, "acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro" (Ef 1.21). Isso incomoda o reino das trevas.
Jesus é incomparável: "...Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.9-11). Nenhum nome na terra pode ser comparado com o de Jesus, pois há uma diferença abissal e infinita entre Jesus e qualquer um dos mais ilustres mortais que já viveu na terra. Jesus está vivo e tem todo o poder no céu e na terra, esses homens, entretanto, já morreram e não
puderam ressuscitar a si mesmo, pois continuam no túmulo. E, pois, insensatez e desatino espiritual colocar Jesus no mesmo nível de qualquer ser humano.
Jesus declarou mais de uma vez ser Deus: "... antes que Abraão existisse, eu sou" (Jo 8.58); "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). Veja ainda João 5.17. A Bíblia diz, com todas as letras, que Jesus é Deus, igual ao Pai, com os mesmos atributos divinos, tais como: onipotente, onisciente, onipresente, eterno Criador. Veja Mateus 28.18;18.20; João 21.17; Hb 13.8; João 1.1-3. Nem Moisés, nem Confúcio, nem Zoroastro, nem Sócrates, nem Maomé: nenhum deles jamais declarou ser Deus, mas Jesus o fez e persuadiu a maioria, visto que o Cristianismo é a maior religião do planeta.
Seu conceito sobre Satanás e os demônios
 
Os espíritas não acreditam na existência de Satanás e seus demônios. Afirmam que Satanás não é um ser real, mas sim-plesmente a personificação do mal. Negam também, como as Testemunhas de Jeová e os adventistas do sétimo dia, a existência do inferno ardente.
Quem aceita a Bíblia como revelação de Deus está impossibilitado de negar a existência real do inimigo de nossas almas, Satanás. Sete livros no Velho Testamento ensinam que Satanás é um ser real e pessoal: Gênesis, 1 Crônicas, Jó, Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias. Além disso, todos os autores do Novo Testamento descrevem as atividades de Satanás, ou Satã, também conhecido com o diabo. Há 29 referências sobre Satanás só nos evangelhos, e delas 25 são palavras diretas de nosso Senhor Jesus Cristo. Veja Mateus 13.39; Lucas 10.18; 11.18. Seria, portanto, absurdo se Satanás não existisse como ser pessoal.
 
Ele não teria responsabilidade moral se não fosse uma pessoa, no entanto, Jesus disse que na consumação do séculos, quando separará os justos dos injustos, dirá aos que estiverem à sua esquerda: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41). Nos relatos bíblicos encontramos que Satanás tem vontade própria, inteligência e emoção. Veja Isaías 14.12-14; 2 Coríntios 11.3; 2 Timóteo 2.26; Ap 12.17.
Ele aparece em toda a Bíblia agindo como pessoa, basta ler a tentação de Jesus no deserto registrada em Mateus 4.1-12. Pertence a ordem dos anjos decaídos, como anjo é também ser espiritual: "...o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência" (Ef 2.2). Veja ainda Ezequiel 28.12-15 e Judas 9.
Seu conceito sobre a salvação
Os espíritas não reconhecem os efeitos redentivos da morte de Jesus, afirmam que nem mesmo Deus seria capaz de salvar alguém, cada um, portanto, deve resgartar-se a si mesmo. É a doutrina da auto-salvação, ensinada na doutrina da reencarnação. São ensinos diametralmente opostos aos ensinos da Bíblia, visto que ninguém pode salvar-se a si mesmo, pois "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).
A ideia de o homem ser salvo de graça, pela fé em Jesus Cristo, é uma afronta ao reino da trevas. Isso incomoda Satanás, pois ele não quer que Jesus receba a glória de ser o Redentor, o Salvador da humanidade. O sacrifício de Jesus não é meramente a morte substitutiva de um homem perfeito em favor dos homens pecaminosos, mas um sacrifício de valor infinito do Deus-homem, que salva os que nele crê. Veja Romanos 3.24-26. Satanás inspira e incentiva os incrédulos a buscarem a salvação
com seus próprios recursos, rejeitando a salvação que Deus preparou para a humanidade. A maior arma que o Inimigo usa contra essa doutrina é a própria religião.
 
A REENCARNAÇÃO
A palavra vem do latim, re significa "outra vez" e incarnere, que vem de duas palavras in e caris que significa "em
carne". No mundo do ocultismo outras palavras e expressões são usadas para designar "reencarnação", por exemplo: "transmigração, renascimento, metempsicose". Essa crença é comum em muitas comunidades pagãs. É praticada pelo hinduísmo, budismo e jainismo. Essa doutrina visa neutralizar a doutrina bíblica da ressurreição dos mortos e da redenção pela fé em Jesus.
Hoje essa crença tem alcançado popularidade nunca visto antes. Tem por objetivo aperfeiçoar a humanidade no sentido moral, espiritual e até físico. E a doutrina do carma, uma espécie de causa e efeito: tudo o que o homem semear nesta vida será colhido na próxima suposta reencarnação. Em outras palavras, acham que não precisam de Jesus, basta ser bonzinho com o próximo. Mas a Bíblia diz que a salvação não é por obra de justiça humana, mas um ato da soberana graça de Deus. Veja Isaías 64.6; Efésios 2.8,9; Tito 3.5.
Os espíritas jactam-se de ter a explicação para o fenômeno do sofrimento humano. Quem nasce com defeito físico ou com problema muito sério de saúde, dizem que é a lei do carma. Essa pessoa está pagando o que fez em outras encarnações, e assim ela vai se aperfeiçoando. Por essa razão procuram ser generosos, fundam creches e dão assistência aos necessitados. Segundo eles,
reencarnações e boas obras são os meios para a salvação. Uma tentativa de angariar a salvação por seu próprios méritos.
 
Quando os discípulos de Jesus lhe perguntaram quem havia pecado, se o cego de nascença ou seus pais, a reposta de Jesus foi clara e destrói completamente o argumento espírita: "Nem ele pecou, nem seus pais" (Jo 9.3). Além disso, seria muito cruel alguém padecer sem saber o por quê. Jamais alguém se lembra dessa suposta encarnação, é obvio, porque ela não existe. A Bíblia diz que reencarnação não existe, pois "aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hb 9.27). SAUL E A MÉDIUM DE EN-DOR
Já vimos que os espíritas não creem na Bíblia e nem reco-nhecem a sua autoridade como Palavra de Deus. Mas quando o assunto interessa a eles, nesse caso, a Bíblia é evocada como autoridade. Eles reivindicam o texto de 1 Samuel 28, onde registra o episódio de Saul e a feiticeira, para consubstanciar a prática da necromancia, condenada pela Palavra de Deus. Afirmam que Samuel se comunicou com Saul, mesmo depois de sua morte.
 
Ainda que isso tivesse acontecido, cabe ressaltar que Saul estava desviado e cujo comportamento não é padrão para a vida cristã. Devemos atentar ainda para o que a Bíblia manda e não para o que um desviado fez. Diz a Bíblia: "Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamento, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos" (Dt 18.10,11). Consultar os mortos é a prática da necromancia e isso é a viga-mestra do espiritismo. Eles estão reprovados por Deus e por sua Palavra. Isso é uma abominação aos olhos de Deus, é o que diz o versículo seguinte.
Deus não respondeu a Saul nem por sonhos, nem por Urim e nem por profeta: "E perguntou ao SENHOR, porém o SENHOR lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por urim, nem por profe-
tas" (1 Sm 28.6). Saul em desespero se disfarçou de cidadão co-mum e foi se consultar com uma médium. Samuel falou de fato com Saul nessa sessão espírita? Vamos aos fatos. A luz do contexto, a feiticeira de En-Dor falou com os "deuses", que subiam e não com Samuel. Além disso, só depois que a médium recebeu a entidade é que reconheceu que era Saul. A partir de então o suposto Samuel falava com Saul. Veja 1 Samuel 28.8, 12,13.
Como podemos saber que não era Samuel mas um demônio disfarçado? A Bíblia apresenta algumas respostas que esclarecem essas coisas. O suposto Samuel disse: "Amanhã tu e teus filhos estareis comigo" (1 Sm 28.19). Saul não morreu no dia seguinte. A Bíblia Vida Nova, na nota de rodapé, afirma que Saul morreu 18 dias depois dessa visita à médium. Basta somar os dias mencionados nessa narrativa bíblica para se confirmar isso.
Não morreram todos os seus filhos no dia seguinte e nem mesmo juntos dele. Pelo menos Isbosete, Armoni e Mefibosete sobreviveram. Veja 2 Samuel 2.8-10; 21.8. Um desviado que se suicida não vai para o mesmo lugar onde se encontra um profeta de Deus. Saul, portanto, não pode ter ido para junto de Samuel. Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus, ele se suicidou: "... Saul tomou a espada e se lançou sobre ela" (1 Sm 31.4). A Bíblia diz que Deus não deixou cair por terra nenhuma palavra de Samuel. Veja 1 Samuel 3.19. Logo, o tal personagem que falou com Saul não pode ter sido Samuel.
Deus se revelava nos tempos do Velho Testamento por diversas maneiras: sonhos, urim e tumim e por profetas. Veja Jó 33.15-17; Êxodo 28.30; Hebreus 
1.1. São esse os três recursos que a Bíblia diz que Deus se recusou responder a Saul. Quando, naquela época, alguém consultava um profeta de Deus era o mesmo que consultar a Deus, pois o profeta era porta-voz de Deus. A Bíblia, entretanto, afirma que Saul consultou a "feiticeira e não a Samuel nem ao Senhor: "... e também porque buscou a adivinhadora para a consultar e não buscou o SENHOR..." (1 Cr 10.13,14). Se Saul tivesse consultado a Samuel teria consultado a Jeová, Deus de Israel.
Diante de tudo isso, fica claro que essa entidade era o espírito demoníaco disfarçado de Samuel, como acontece nas sessões espíritas ainda hoje. Os mortos não podem ter contato com os vivos, pois são espíritos de demônios que se manifestam nessas práticas, e isso pode justificar o fato de Deus haver proibido a prática da necromancia. O texto do rico e Lázaro confirma isso. Veja Lucas 16.27-31.
 
ELIAS E JOÃO BATISTA 
Os espíritas têm feito grandes alardes com relação à pas-sagem de Mateus 17.10-13 para justificar a falsa doutrina da reencarnação, afirmando que João Batista é Elias encarnado. No texto da transfiguração de Jesus, apareceram Elias e Moisés. Os espíritas, porém, não se dão conta de que Moisés morreu cerca de 1.400 anos a.C., e reaparece sendo o mesmo Moisés, e não uma reencarnação de Moisés, e Elias sequer morreu. Veja 2 Reis 2.11.
Entendendo o contexto bíblico e histórico dessa passagem, fica muito mais fácil mostrar a fragilidade dessa interpretação dos espíritas. Os judeus aguardavam a vinda do Messias precedida da vinda de Elias, por isso que os discípulos de Jesus perguntaram: "Por que, dizem, então, os escribas que é mister que Elias venha primeiro?" (Mt 17.10). Até aí a interpretação rabínica estava cor-
reta e o Senhor Jesus confirmou, pois isso já estava previsto no profeta Malaquias 4.6.
João Batista veio na virtude e no espírito de Elias: "e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias" (Lc 1.17). 
 
Essa expressão não significa que João Batista seja Elias reencarnado, mas que João teria as características de Elias. Isso se cumpriu em sua vida e ministério. Ele se vestia como Elias: veste de pêlo e cinto de couro, ambos eram homens do deserto, ambos eram contundentes em suas palavras e pregaram contra reis ímpios. Compare 2 Reis 1.8 com Mateus 3.4; 1 Reis 19.9,10 com Lucas 1.80; 1 Reis 21.20-27 com Mateus 14.1-4.
O próprio João Batista, consciente de sua identidade e mis-são, disse que não era Elias: "Es tu Elias? E disse: Não sou" (Jo 1.21). Veja João 1.26, 27, 32, 33. João era Elias em espírito e isso destrói a atual ideia judaica que rejeita aceitar Jesus como o Messias de Israel, pois, segundo eles, Elias deveria vir primeiro, isso porque não sabem que a profecia de Malaquias 4.6 se cum-priu em João Batista. A LEGIÃO DA BOA VONTADE
Na impossibilidade de comentar todos os grupos espíritas do Brasil, convém que todos saibam algo sobre a Legião de Boa Vontade. Muita gente "compra gato por lebre", pois tem a aparência de cristão. Quem ouve a mensagem de sua liderança fica encantado, pensando ouvir uma mensagem do evangelho de Jesus Cristo, mas, como as demais seitas, o Jesus deles não é o mesmo revelado no Novo Testamento.
Fundado por Alziro Zarur, filho de sírios católicos ortodoxos, nascido em 1914. 
 
Fundou oficialmente a Legião da Boa Vontade em 1950. Zarur faleceu em 1979 deixando a instituição com quase um milhão de integrantes, que o chamavam
de "Paizinho". Em vida fez votos de pobreza, celibato e não envolvimento político. Não cumpriu nenhum deles. Kardec declarou ser o espiritismo a terceira e última revelação de Deus à humanidade, Zarur, entretanto, declarou que a LBV era a quarta revelação. Paiva Netto disse que "Zarur e Kardec são um no Cristo de Deus". Como a Nova Era, absorve todas as religiões.
Negam a personalidade do Espírito Santo e a infalibilidade da Bíblia. Negam ainda o parto de Maria e, portanto, a humanidade de Cristo. Dizem que Jesus fracassou, por isso Zarur veio completar a sua obra, igual a doutrina do Rev. Moon. Negam a deidade de Cristo e a doutrina do inferno e defendem a reencarnação.
 
Basta uma recapitulação nos capítulos que falam dos Fundamentos da Fé Cristã para demolir essas crenças errôneas. Não haveria mais necessidade de refutar" tudo novamente aqui. Todavia, convém nunca se esquecer que o Espírito Santo é Deus e a terceira Pessoa da Trindade: "Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso mostra que ele é Deus e é uma Pessoa.
Quanto à infalibilidade da Bíblia seria supérfluo refutar as crenças da Legião da Boa Vontade aqui, pois a veracidade, inspi-ração divina e autoridade da Bíblia são fatos mais que comprova-dos. A Bíblia é o Livro do Senhor e é inspirado por Deus. Nin-guém jamais pôde provar o contrário. Veja Isaías 34.16; 2 Timó-teo 3.16. Isso já foi estudado no capítulo 2.
Quanto ao Senhor Jesus, seu nascimento é um fato real e histórico. O parto de Maria é um fato irrefutável. A Bíblia diz: "... Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito" (Lc 2.5-7). Como pode se considerar cristão quem procura negar uma verdade explícita na
Palavra de Deus? Isso não é Cristianismo e nem esse Jesus dos legionários é o Jesus histórico, do Novo Testamento. Veja ainda Mateus 1.20 e 2 Coríntios 11.4.
 
Quando Adão pecou, Deus prometeu que da semente da mulher sairia aquele que esmagaria a cabeça de Satanás, e que Satanás lhe feriria o calcanhar: "E porei inimizade entre ti e mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn'3.15). Ferir o calcanhar não é outra coisa senão uma referência à crucificação do Senhor Jesus. Através da sua morte Cristo ganhou a batalha sobre Satanás e redimiu a humanidade, ou seja, todo o que nele crê.
 
O profeta Isaías, no capítulo 53, apresenta detalhes da morte de Jesus. O texto sagrado fala claramente da vinda de Cristo e sua obra redentora pela humanidade. Jesus, mesmo levando nossos pecados na cruz, ele mesmo ofereceu-se como sacrifício. A pala-vra profética diz: "Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo, fa- zendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado..." (Is 53.10). Jeová fez isso para oferecer a Cristo como um sacrifício pelos pecados do homem.
Deus é justo. Ele diz em Romanos 6.23: "Porque o salário do pecado é a morte". Isso significa eterna separação de Deus. Mas Deus também é misericordioso, querendo que a humanidade não fosse ao inferno. A morte de Cristo foi planejada antes mesmo do momento em que o homem caiu, como solução para seu pecado. Veja ainda João 1.29; 8.24; 10.17,18. O que leva essa gente pensar que a morte de Jesus foi um acidente de percurso? O Senhor Jesus completou, sim, sua missão na terra, ele disse: "Está consumado" (Jo 19.30).
 
O Jesus do Novo Testamento é o verdadeiro Deus e o ver-dadeiro homem, é o Deus-homem, o Deus Emanuel, "Deus conosco". Sendo Deus, era ao mesmo tempo homem: "Jesus Cristo homem" (1 Tm 2.5). Jesus tornou-se homem para que "em tudo fosse semelhante aos irmãos" (Hb 2.17), "mas sem pecado" (Hb 4.15). A Bíblia diz que é pecado negar o lado humano de Jesus: "todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus" (1 Jo 4.3). Veja Mateus 1.23; João 1.1; Tito 2.13.CULTOS AFRO-BRASILEIROS
Os cultos afro-brasileiros são mágicos e necromantes, por-tanto são espíritas, por mais que os kardecistas rejeitem essa idéia. Por definição do próprio Kardec, "espírita é todo aquele que acredita na manifestação dos espíritos". A necromancia, em si somente, faz do kardecismo espiritismo. Não importa qual seja a origem ou natureza desses espíritos, no conceito deles. Da mesma forma os cultos afro-brasileiros, em todos os seus ramos, têm em comum o necromancia e a magia. Suas origens e crenças
 
Os cultos afro-brasileiros chegaram ao Brasil através dos escravos africanos, na era do Brasil Colonial desde 1530. Sudaneses e bantos são os dois principais grupos de escravos que vieram para cá. Os sudaneses saíram de Daomé, da Nigéria e do Sudão, predominando os yorubas ou nagôs e os gêges. Os bantos vieram do Congo, Angola e Moçambique. A cultura sudanesa predominou as outras. Nunca houve no Brasil cultura africana pura, sem mistura de outras culturas.
 
O sincretismo religioso nagô-gêge deu a feição dos cultos afro-brasileiros, segundo Arthur Ramos, em sua obra, O Negro Brasileiro. Suas tradições religiosas trazidas da África foram mescladas, aqui no Brasil, e adaptadas de acordo com as práticas
regionais. Os nagôs reconhecem a divindade suprema, conhecida pelo nome de Olorun. Tido como senhor do céu, na África, mas não pode entrar em contato com os homens. Por isso necessita de divindades secundárias para representá-lo, que são os orixás, para os nagôs; e vodus, para os gêges. Ele não é objeto direto de culto, mas intermediados pelos orixás.
 
Eles são animistas, crença que atribui vida espiritual ou alma aos objetos inanimados. Dizem que plantas, aves e outros animais possuem alma. Acreditam que a natureza, na sua totalidade, está carregada e possessa de seres espirituais. Dizem que quando as pessoas morrem, seus espíritos ficam vagueando pelos lugares onde essas pessoas viviam e frequentavam. Segundo suas crenças, esses espíritos habitam colinas, pedras, árvores, ar em volta das pessoas. Os animistas reconhecem a existência de um ser supremo, mas não um Deus pessoal.
 
Eles são também fetichistas. Fetichismo descreve os siste-mas de crenças, com características geralmente animistas. Atri-buem a certos objetos propriedades mágicas ou divinas, que muitas vezes exige-se reverência, adoração, gratidão e oferendas. Acreditam que através desses rituais, esses espíritos ou divinda-des podem interferir na natureza para conceder graças ou vin-ganças.
Não é possível descrever suas crenças sobre a divindade, sobre o homem e seu destino porque eles não têm um livro padrão ou doutrinário. Cada pai-de-santo apresenta seu conceito sobre essas coisas, que muitas vezes divergem de outros pais-de-santos sobre a divindade, sobre a natureza e o destino do homem. Cada terreiro tem sua própria doutrina e isso dificulta o estudo de suas crenças.
 
A Bíblia condena todos os ramos do espiritismo
Essas práticas são condenadas pela Bíblia. É paganismo e idolatria, pois crêem em tudo, menos no Deus pessoal revelado na Bíblia. Jesus disse: "E a vida eterna é essa: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). Também nos ensinou a adorar somente ao Deus de Israel: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás" (Mt 4.10). Sobre a idolatria veja ainda Êxodo 20.2-6; 2 Rs 1.3.
Esses espíritos, encantados ou de supostos mortos, são de-mônios disfarçados para desencaminhar as pessoas. Suas práticas adivinhatórias são condenadas pela Bíblia. Os kardecistas se utilizam da necromancia, adivinhação tida como uma abominação aos olhos de Deus: "... nem encantador de encantamento, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR..." (Dt 18.11,12). Essa passagem bíblica coloca num mesmo bojo kardecistas e praticantes dos cultos afro-brasileiros.
 
Há outras práticas adivinhatórias, igualmente condenadas pela Bíblia, como as cartas de tarô, búzios, quiromancia, hepatoscopia, e outras: "Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores, não os busqueis... Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho ou for encantador, certamente morrerão..." (Lv 19.31; 20.27). É ao verdadeiro Deus que o homem deve buscai" e consultar, não a esses chamados "espíritos familiares". Veja Isaías 8.19,20. As ramificações dos cultos afro-brasileiros
Os três principais grupos são: Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Eles não se consideram espíritas, mas suas práticas
dizem o contrário. O alto espiritismo não trabalha com adivinhação como búzios, quiromancia, nem com os diversos ramos da cartomancia e outras formas de adivinhação. A coluna vertebral do alto espiritismo é a reencarnação e a necromancia. Mas a necromancia é uma forma de adivinhação. Ambos os grupos são feitiçaria, pois todos mexem com encantamentos, espíritos e magias. O profeta Isaías descreve com precisão essas práticas condenadas pela Palavra de Deus. Veja Isaías 65.3-5.
 
A Umbanda é uma mescla de raças. Há elementos indígenas — pajelança, bebidas, ervas para banhos, charutos etc.; elementos africanos — candomblé; e elementos brancos — as imagens do catolicismo romano. Os orixás correspondem aos santos da Igreja Católica. Há variedade nessas correspondências. Oxóssi re-presenta São Sebastião em São Paulo e Rio de Janeiro, mas representa São Jorge, na Bahia. Os pais-de-santo ou mães-de-santo recebem espíritos de índios e pretos velhos. O deus deles é chamado Zâmbi.
 
O Candomblé é crença tipicamente africana. Há variedades nessas práticas porque eles vieram de várias regiões da África. Ketu, da Nigéria, orixá principal, Xangô e Oxóssi (Odá no dialeto ketu). Angola, orixá principal é Xangô, de Angola. Gêge, de Daomé, orixá principal é Oxumaré, uma serpente, símbolo é arco-íris. Os orixás são espíritos encantados e não dos mortos como na Umbanda e até mesmo do kardecismo. Umbanda e Candomblé são chamados de Xangô em alguns estados do Nordeste, Alagoas e Pernambuco e no Agreste nordestino são chamados Catimbó.
 
A Quimbanda é a própria magia negra. O deus principal deles é Exu, Lúcifer, Beelzebu e o próprio Satanás. Às vezes são divindades femininas, exemplo "Pomba-Gira" — espírito de prostituição. Os pais-de-santo recebem espíritos de deuses
africanos. Beelzebu é cultuado pelo quimbandistas e é representado pela cabeça de boi. O culto deles é diretamente a Satanás, diferente da Umbanda e do Candomblé, pois estes adoram a Satanás, mas de maneira disfarçada. Exu é o deus principal. CONCLUSÃO
Reencarnação e necromancia são a coluna vertebral do espiritismo. A luz da Bíblia todos esses grupos estão no mesmo bojo. Os adeptos dos cultos afro-brasileiros são mais receptivos ao evangelho de Jesus do que os kardecistas. Os adeptos do chamado alto espiritismo são arrogantes e presunçosos. Creem que já têm o evangelho segundo Allan Kardec e por isso julgam não precisarem de Jesus. Todos precisam de Jesus e precisamos estar preparados para evangelizá-los.