Os Alicerces Espirituais Do Culto Cristão

Os Alicerces Espirituais Do Culto Cristão

OS ALICERCES ESPIRITUAIS DE CULTO CRISTÃO

Texto: Jo 4.19-30

João 4:19-30:

19 - Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.

20 - Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.

21 - Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.

22 - Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

23 - Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

24 - Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

25 - A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.

26 - Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.

27 - E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?

28 - Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens:

29 - Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?

30 - Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele.

 

INTRODUÇÃO

Psicólogos e sociólogos debatem à procura da razão porque o homem adora.

A antropologia e a arqueologia descobrem em todas as civilizações a presença da religião e do culto. Supõe ser isto resultado do medo, do instinto gregário, do desconhecimento do futuro, etc. Numa coisa todos concordam: o homem é um ser adorador, tem espírito religioso, adora.

Mas, quando afirmamos isto, outra batalha se forma: qual a adoração verdadeira? Existe um lugar, uma fonte, um modo de adorar verdadeiros? Existe adoração falsa?

Era nestas interrogações que a alma da mulher samaritana se debatia. Ela estava presa ao pecado do adultério, presa à confusão religiosa.

Na sua época, existia a “babel religiosa”. Ela confessa: “Nossos pais adoravam neste monte (Samaria), vós (Judeus) dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar”. Ela poderia dizer mais: “nós aceitamos somente o Pentateuco como livro sagrado e vós dizeis que os salmos e os profetas também o são”.

Afinal, o que se deve seguir? Não poucos de nós passamos pelas mesmas angústias daquela mulher. Mas, graças a Deus que ela encontrou-se com o Senhor Jesus. E a conversa que teve com o nosso mestre vem respondendo, há dois milênios, estas interrogações espirituais.

Em sua conversa com a mulher, Jesus apresentou as bases espirituais do culto cristão.

 

1 – o culto não tem um lugar adorativo

Podemos afirmar que hoje, ligar a verdadeira adoração a algum lugar da terra é superstição. Jesus disse: “A hora vem quando nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai”. Deus não tem um túmulo sagrado, nem uma Aparecida do Norte, nem uma Roma, nem uma Jerusalém. Ele não se prende a lugares, grutas ou cidades. Deus é Espírito e Ele por Jesus Cristo e pelo Santo Espírito, se coloca no interior do homem e aí é adorado, servido e trabalha – esteja este homem no ventre de um peixe no fundo do mar, pisando no solo da lua, ou presente num templo.

A superstição busca lugar, ídolos, símbolos, amuletos, coisas ungidas, centros peregrinativos, gurus, missionários, bispos e reverendos. Mas o louvor cristão busca adorar em Espírito e em verdade.

 

2 – o culto não reflexo do cerimonialismo

Deus é Espírito e quer adoração em Espírito.

O louvor cristão é espiritual. O cerimonialismo visa à “sensação”. Procura “impressionar”. O homem adora a liturgia, o brilho, a festa e as emoções. O cerimonialismo se estabelece num culto de apelos emocionais. Mas Jesus afirma que o louvor cristão não se prende a aparatos religiosos. Quando Ele esteve presente na Festa da Dedicação, no instante da cerimônia do derramamento de água pelos sacerdotes, Ele se pôs de pé em lugar de destaque e proclamou: “Quem tem sede, venha a mim e beba” – João 7.37. Só em Jesus encontramos a satisfação que o cerimonialismo jamais poderá oferecer.

O louvor verdadeiro não é produto fabricado por gestos sacerdotais, ou pastorais, nem nas palavras de mecanizadas de orações repetitivas; nem é resultado de frases e gestos exorcizantes ou expressões corporais. É a aproximação da alma na sua simplicidade e que, por meio de Jesus Cristo, pelo Espirito Santo, se chega a Deuse bebendo da água da vida encontra satisfação, jamais achada nos “gestos ensinados ou espontâneos” dos homens.

 

3 – o culto é universal

A Bíblia diz que os discípulos voltaram e se admiraram que Jesus estivesse conversando com uma mulher, e ainda samaritana.

Religiões racistas e preconceituosas não podem ter o louvor verdadeiro. Deus não tem etnias privilegiadas. Agora, sob a dispensação do evangelho da graça, todos os povos, línguas, tribos e nações são admitidos ao culto verdadeiro. Não cremos em religiões onde se defende a guetificação cultural, ignorando o caráter universal do culto cristão. Devemos fugir das religiões segregarias e acepcionistas; elas ignoram a graça de um Deus de amor, -Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos (Cl 3.11). Gálatas 3:28 - Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Romanos 12:5:- Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros. Somos em Cristo todos admitidos em seu culto. Não cremos em religiões fascistas, bairristas, onde se defende a guetificação cultural, regional, ignorando o caráter universal do culto cristão. No louvor cristão todos os povos da terra são, por meio de Jesus, recebidos pelo Pai, que não faz acepção de pessoas.

 

4- o culto não vem de deduções lógicas

Os samaritanos não aceitavam a plenitude bíblica. Eles só criam no Pentateuco (os 5 primeiros livros da Bíblia). Eles tinham abandonado a Bíblia. A confusão entrara em suas mentes. Jesus mostrou que o louvor é revelado pelo Pai. A adoração verdadeira não é fruto da criatividade, não carece de sanções doutorais, nem precisa de endosso humano. Não tem que ser fruto de conclusão lógica. Porque Deus é espírito, e a lógica não prova Deus.

 

5- o culto é cristocentrico

A adoração é um ato divino humano. É o encontro do eterno com o passageiro. Do infinito com o finito. Do Espiritual com o físico, de Deus com o homem.

No culto, no louvor, Deus e o homem se encontram. Por isso deve haver um mediador Deus-homem. Um verdadeiro Deus e um verdadeiro homem deve mediar o louvor. Este perfeito homem e perfeito Deus é Jesus Cristo. A mulher samaritana sabia que quando viesse o Messias tudo seria solucionado com respeito ao culto. Jesus se apresentou como o Messias e não só solucionou com respeito ao culto, mas também levou salvação aquela mulher e sua cidade, pois Ele disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim (Jo 14.6). a adoração tem que partir do nosso espírito, mas ela tem que estar balizada na verdade, e a verdade é Jesus, sem Jesus o Pai jamais receberia adoração, porque ninguém pode ir ao Pai sem Jesus. É impossível o louvor sem a mediação de Jesus Cristo. Tentar adorar a Deus sem estar em comunhão com Jesus é condenação assegurada.

 

6– o culto é transformador

A mulher samaritana, após o encontro com Jesus Cristo, teve sua vida mudada. Abandonou a prostituição e se tornou uma missionária. O verdadeiro louvor eleva o caráter de quem adora. Fala à mente, ao coração, à vontade e ao espírito. Não existe no louvor cristão aquela história de que o culto terminou. Não! Há um prosseguir adorativo na vida missionária, transformada e transformadora. O louvor cristão se faz presente no dia-a-dia do adorador. No dia-a-dia na obediência, em casa; no respeito na igreja; na lealdade no trabalho; na fidelidade no amor; no cuidado em tudo. O louvor é ato vitalício, nunca acaba. Quando nós vamos ao culto, ao louvor, não  voltamos os mesmos. O louvor cristão fortalece o caráter, restabelece a fé, e santifica o espírito.

 

7- os adoradores são procurados por Deus

Jesus disse a mulher samaritana que Deus busca seus adoradores! Vivemos sob a influencia do Marketing da propaganda. Sabemos que boa divulgação resulta em bom (numero) auditório. Encher os templos constitui hoje, prova de bons ministros. Apelações, shows, estrelas... dizem: e a igreja esta uma benção. Mas Jesus disse que é o Pai quem procura seus adoradores, são escolha divina: Não fostes vós que me escolhestes mas, eu vos escolhi a vós (Jo 15.16). A verdadeira adoração é a prestada por aqueles que o Espirito Santo reúne na pureza da busca sincera, do louvor verdadeiro.

 

CONCLUSÃO

Sendo assim, os alicerces espirituais do culto verdadeiro são:

1 Não tem lugar adorativo

2 Não se prende ao cerimonialismo

3 É universal

4 Não é resultado da logica

5 É cristocentrico

6 É transformador

 

Os adoradores são escolhidos pelo Pai, se isto acontece, ocorre o louvor segundo os ensinos do Evangelho. Se não, é melhor a alma correr imediatamente a Cristo, arrependida!

 

(Max)