A DOUTRINA DA TRINDADE OU TRIUNIDADE DIVINA

1. O Trino Deus.

[1]A doutrina Bíblica a respeito de Deus apresenta-O como sendo um Único Deus, mas, composto de três pessoas, esta doutrina leva o nome de trindade. Ou seja, fala-nos da Unidade Composta de Deus. Alguns rejeitam tal doutrina, pois não conseguem compreender como pode um Deus que é Único ser três pessoas. É difícil para alguns compreenderem a doutrina da trindade, mas não é impossível. Partimos do pressuposto de que a Bíblia diz que o homem e a mulher são dois, mas que se tornam um no casamento (Gn 1.24; Mt 19.6). Assim também a Bíblia apresenta Deus sendo um, mas composto de três pessoas, a saber, o Pai, Filho e o Espírito Santo.

[2]Apesar da palavra trindade não se encontrar na Bíblia como afirmam alguns inimigos desta doutrina, não quer dizer que esta doutrina não seja Bíblica. Por exemplo, apesar das palavras onipresente ou onisciente não se encontrarem na Bíblia, não quer dizer que Deus não O seja. Quando a Bíblia diz que Deus é o único que sabe todas as coisas, entendo que Ele é Onisciente, quando ela diz que Deus é o único que está em todos os lugares ao mesmo tempo, entendo que Ele é Onipresente, apesar destas palavras não se encontrarem na Bíblia.

A doutrina da trindade foi questionada no passado por muitos movimentos, entre eles os arianistas, que eram uma espécie de Testemunhas de Jeová hoje. Tal questionamento levou a Igreja juntar os bispos do oriente e do ocidente em concilio para discutir a existência da doutrina nas Escrituras e defini-la como doutrina universal. O concilio destes bispos foi realizado na cidade de Nicéia em 325 d.C. Nesse Concílio nasceu o Credo Niceno, que diz: “Cremos em um só Deus, Pai Onipotente, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Em um só Senhor JESUS Cristo, Verbo de Deus, Deus de Deus, Luz de Luz, Vida de Vida, Filho Unigênito, Primogênito de toda a criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para nossa salvação e viveu entre os homens, e sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos também em um só Espírito Santo.”  

[3]O professor Stanley Rosenthal em seu livro: A Tri-unidade de Deus, da Editora Fiel, trata a doutrina da trindade como a Tri-unidade de Deus, ele menciona que a palavra trindade foi cunhada a fim de referir-se à pluralidade que há em Deus, ao mesmo tempo em que manteria o pensamento da unidade divina. Segundo ele a escolha da palavra foi uma escolha bem intencionada, mas infeliz. (Livro acima citado pag.01). Segundo ele está doutrina deferia ser melhor definida como a Tri-unidade de Deus, concordo com ele, mas não há como mudar uma nomenclatura que já está mais de cunhada, está registrada na teologia e na sua história da igreja.

[4]A doutrina da trindade ou da Tri-unidade de Deus é encontrada tanto nos livros que foram escritos durante o A. e N. Testamento. Por exemplo, Deus é apresentado na Bíblia falando de Si mesmo no plural, exigindo que se interprete que é mais de uma pessoa:

E disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra (Gn 1.26).

Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal. (Gn 3.22).

É apresentado na Bíblia como três pessoas distintas:

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19).

A graça do Senhor JESUS Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém (2Co 13.13).

[5]Todas as três pessoas da Trindade, ou da Tri-unidade são apresentadas na Bíblia como sendo Deus e possuindo todos os atributos divinos.  O Pai, o Filho e o Espírito Santo são chamados de Onipresente, Onipotente, Onisciente, Criador, Eterno, Santo, Santificador, Fonte da vida eterna, Mestre, Ressuscidor de mortos, Inspirador, Salvador e Aquele que dá ministros à Igreja.

As três pessoas são chamadas de Deus

O Filho:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1.1).

E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! (Jo 20.28).

Com respeito ao Senhor é importante mencionar que JESUS é o Cristo (Mt 16. 16), o Messias prometido nos livros do A. Testamento (Jo 4. 25). Sempre foi eterno e Deus (Jo 1.1), é o criador de todas as coisas (Jo 1.3). Sua encarnação foi obra e graça do Espírito Santo (Mt 1.18), nasceu de Maria, sendo esta ainda virgem (Lc 1.34).

Como homem não possuía uma natureza pecaminosa como a nossa, era homem perfeito, santo e chamado Filho de Deus (Lc 1. 35).

O Espírito Santo:

Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?  Não mentiste aos homens, mas a Deus (At 5.3,4).

O Pai:

Disse-lhe JESUS: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (Jo 20.17).

No relato em que JESUS é batizado na água, há uma manifestação da trindade, o Filho é manifesto fisicamente sendo batizado na água, o Espírito Santo desce como pomba sobre o filho e o Pai fala desde o céu dizendo que o Filho é amado:

E, sendo JESUS batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.16,17).

[6]A personalidade do Espírito Santo

O Espírito Santo é desprezado por algumas seitas, entre elas as Testemunhas de Jeová, que O tem como apenas uma forma ativa, uma influencia, um poder, uma energia. Mas o Espírito Santo não é nada disso. Ele é uma pessoa real comprovada pela Bíblia.

Em praticamente toda a Escritura há evidencia dos atributos da personalidade do Espírito Santo. Ele é que ungi as pessoas para exercerem o ministério de pregação (Is 61.1). Ele tem sentimentos, e emoções, pois, se entristece por causa dos nossos pecados (Is 63.10; Ef 4.30). Ele possui pensamentos (At 15.28), e tem intenção própria (Rm 8.27), Ele revela (1Co 2.10; Ef 1.17), Ele possui vontade (1Co 12.11), Ele ensina (Jo 14.26), Ele dirige (Rm 8.14), Ele dá ordens (At 8.29), Ele ora (Rm 8.26), Ele fala (Jo 15.26), Ele e referido por JESUS pelo pronome pessoal “Ele” (Jo 14.26; 15.26; 16.8,13,14). Uma energia, ou força ativa não possui tais atributos, somente uma pessoa tem tais atributos.

Triteísmo e Trinitárianismo

[7]Há uma diferença entre tri-teísmo e trinitárianismo. O tri-teísmo afirma haver três pessoas divinas. Acreditam na divindade das três pessoas, mas acreditam que eles são três substancias independentes e autônomas. Eles transformam a Tri-unidade de Deus em três deuses separáveis, como se não houvesse uma unidade. Para eles são três absolutos e não um. O trinitarianismo por sua vez, acredita na existência de um Único Deus, subsistente em três pessoas distintas enquanto pessoas, mas inseparáveis quanto a Sua divindade e unidade. Ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo apesar de serem três pessoas distintas, não são separados em essência e divindade. São três pessoas que compõem um Único Deus, que estão completamente e eternamente relacionados em comunhão infinita.