O MOONISMO

 

 O MOONISMO

O moonismo, ou "Associação do Espírito Santo Para a Uni­ficação da Cristandade Mundial", foi fundado na Coréia, em 1954, e, em 1973, nos Estados Unidos. Em 1976, proclamava ter entre 500 mil a 2 milhões de adeptos, radicados principalmente na Coréia e no Japão, com modestas ramificações também na Europa.

 

1. Resumo Histórico do Moonismo

Sun Myung Moon, fundador da "Associação do Espírito San­to Para a Unificação da Cristandade Mundial", nasceu na Coréia, em 1920. A exemplo de Joseph Smith, fundador do mormonismo, Moon fundamenta as suas crenças e ensinos em alegadas revela­ções que teria recebido de Deus ainda quando criança.

No seu livro O Divino Princípio, Moon conta que, desde a infância, foi clarividente, isto é, podia ver através do espírito das pessoas. Conta que quando tinha apenas doze anos, começou a orar para que coisas extraordinárias começassem a acontecer. Conta o próprio Moon que, num domingo de Páscoa, quando tinha ape­nas dezesseis anos, teve uma visão na qual Jesus lhe teria apareci­do, dizendo: "Termina a missão que eu comecei".

Moon procurou se preparar para o cumprimento dessa mis­são, através do estudo das seitas e dos cultos populares do Japão e da Coréia. Foi assim que, em 1946, começou a pregar a sua pró­pria versão do Cristianismo messiânico. A medida que a seita cres­cia, Moon enfrentava problemas com as autoridades coreanas, o que culminou com a sua excomunhão pela Igreja Presbiteriana, em 1948, à qual pertencera até então.

 

2. Ensinamentos de Moon

De acordo com O Divino Princípio, o livro "sagrado" que contém as revelações do reverendo Moon, Deus queria que Adão e Eva se casassem e tivessem filhos perfeitos, estabelecendo as­sim o Reino de Deus na Terra. Mas Satanás, encarnado na ser­pente, seduziu Eva, que, por sua vez, transmitiu sua impureza a Adão, causando, então, a queda do homem. Por isso Deus man­dou Jesus Cristo ao mundo, para redimir a humanidade do peca­do. Mas Jesus morreu na cruz, antes de ter podido casar-se e tornar-se pai de uma nova raça de filhos perfeitos. Agora chegou o tempo para um novo Cristo, que finalmente cumprirá os dese­jos de Deus.

Como você pode ver, o ensino de Moon tem o propósito de desvirtuar a obra de Cristo e anular o testemunho do Evangelho, segundo o qual o propósito de Deus não é constituir uma família perfeita aqui na Terra, através de Moon, mas salvar os pecadores perdidos, através de Jesus Cristo. O ensino moonita é anti-bíblico e satânico, digno do repúdio de todo cristão verdadeiro.

 

3. Moon, um Falso Messias

Moon não identifica a si mesmo como o novo Messias, mas diz que este, tal como ele próprio, nasceria na Coréia em 1920. Não obstante, muitos dos seus pensamentos o identificam ora como sendo Deus, ora como Satanás, ora como o Anticristo. Evidente­mente, os seus pensamentos contradizem as Escrituras, como você mesmo pode ver e comparar:

 

Moon

a. "Eu sou o vosso cérebro".

b. "O que eu desejar, deve ser o que vós haveis de desejar".

c. "Minha missão é dar novos corações a novas pessoas".

d. "De todos os santos enviados à Terra por Deus, creio ter sido eu o que até hoje obteve maiores sucessos".

e. "Tempo virá em que minhas palavras terão quase o mes­mo valor que as leis. E tudo aquilo que eu pedir terá de ser feito".

f. "O mundo está nas minhas mãos. E eu conquistarei e subju­garei todo o mundo".

g. "Estou pondo as coisas em ordem, para que possamos cum­prir os desejos de Deus. Todos os obstáculos que nos venham a ser opostos devem ser aniquilados".

h. "Nossa estratégia é nos unirmos como se fossemos uma só pessoa. Só assim poderemos vencer o mundo inteiro".

 

A Bíblia

a. "Eu sou o Senhor teu Deus" (Êx 20.2).

b. "... o Filho do homem... não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28).

c. "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10).

d. "Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez" (2 Co 10.12).

e. "Humilhai-vos, portanto, sob a potente mão de Deus, para que ele em tempo oportuno, vos exalte" (1 Pe 5.6).

f. "Ao Senhor pertence a terra, e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam" (SI 24.1).

g. "Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lo­bos" (Lc 10.3; cf Is 42.1-3).

h. "Porque tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? (1 Jo 5.4,5).

Quando se mudou para os Estados Unidos, em 1973, Sun Myung Moon proclamou a "Nova Idade do Cristianismo", em

conferências, banquetes e comícios, culminando com uma con­centração no Madison Square Garden, em Nova Iorque, em 1974. No seu discurso, ele deu a sua própria versão da queda do homem e da vinda do Messias esperado: "Esta é a vossa esperança... A única esperança dos Estados Unidos e do resto do mundo."

 

4. Lavagem Cerebral e Fanatismo

Em geral, os moonitas, ou seguidores de Moon, cedo assu­mem a responsabilidade de fazer proselitismo nas esquinas das grandes cidades. As pessoas mais visadas, tidas como moonitas em potencial, são as que se mostram estar sendo vencidas pela solidão. Quando estas pessoas se sentem atraídas, são convidadas para uma conferência da seita, para jantares, para passar um fim de semana num dos centros da comunidade, para estudo.

Esses fins de semana obedecem a um programa rigidamente estruturado, exaustivo, com pouco tempo para dormir e nenhum para refletir. Os neoconvertidos passam por uma verdadeira la­vagem cerebral, que envolve uma média de seis a oito horas de preleções baseadas no livro "Divino Princípio", livro que con­tém as visões de Moon. Na preleção final, aprendem que Deus mandou Moon para salvar o mundo, em geral, e a eles próprios em particular.

Dentre os adeptos da seita, alguns continuam a fazer seus cur­sos ou a exercer seus empregos, mas, à noite ou durante os fins de semana, trabalham para a seita, vários deles dando a esta uma par­te de seus salários. Os que trabalham com tempo integral, geral­mente freqüentam seminários que duram de seis a dezesseis se­manas.

Durante os primeiros meses de experiência religiosa, os no­vos membros da seita freqüentemente recebem telefonemas de pais, parentes e amigos, pedindo que voltem ao seu convívio. Quando alguns deles vacilam, os seus discipuladores lhes dizem que seus pais, parentes e amigos são agora inimigos a serviço de Satanás.

No Brasil, muitas famílias têm tido seríssimos problemas com seus filhos que se têm deixado envolver pelo moonismo. Tem ha­vido casos em que pais, acompanhados de policiais, têm invadido templos da seita (no Rio de janeiro e São Paulo, por exemplo) para arrebatar à força os filhos, que estão sendo programados por manipuladores da seita.

 

5. Duas Particularidades Doutrinárias

Dentro do complexo quadro doutrinário do moonismo, pode­mos destacar as duas particularidades a seguir:

1) Uma das principais exigências do reverendo Moon àqueles que se convertem ao moonismo é que o neoconverso passe a ado­tar a Coréia como sua nova pátria-mãe, à qual deve jurar lealdade e amor. Assim, um brasileiro, por exemplo, que se converte ao moonismo, já não tem nenhum dever cívico e patriótico para com o Brasil.

Evidentemente, esta tem sido a principal razão do repúdio das autoridades de muitas nações ao moonismo.

2) Outro princípio inviolável do moonismo é que quando um moonita for considerado apto para o casamento, deve ter dado pelo menos sete anos de leais serviços para a promoção da seita. Ainda assim precisa de permissão do reverendo Moon para poder con­trair matrimônio.

Os moonitas em idade de se casar podem propor parceiros ou parceiras de sua própria escolha, mas a decisão final é do reveren­do Moon, que pode até escolher noivos ou noivas inteiramente desconhecidos um do outro. Os moonitas recém-casados devem viver inteiramente separados durante os primeiros quarenta dias.

 

6. Conclusão

A história de Moon tem muita semelhança com a história de diversos fundadores de seitas falsas. Envolve sempre os mesmos princípios:

 

• Foram "iluminados desde criança".

• Tiveram algum tipo de visão, iluminação, aparição, etc.

• Foram escolhidos para desempenho de uma "nova missão".

• Foram dotados de "dons" extraordinários.

• Alegam que Buda, Jesus, Maomé ou qualquer outra divinda­de paga é a base da sua mensagem.

• Têm uma mensagem diferente das demais ouvidas até então.

• Vão revolucionar o mundo.

• Pretendem agrupar todas as religiões, fazendo-as um só rebanho.

Foi sobre homens como Sun Myung Moon que escreveu Judas nos versículos 12 e 13 da sua epístola:

"Estes homens são como rochas submersas, em vossas fes­tas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer reca­to, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação de frutos, mas de frutos desprovidas; duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estre­las errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das tre­vas, para sempre".

Durante esses anos, Moon construiu um verdadeiro império industrial nos Estados Unidos, graças aos donativos arrecadados pelos seus seguidores. Porém, como o governo americano resol­veu processá-lo por sonegação de impostos, Moon fugiu dos Esta­dos Unidos durante o mês de outubro de 1981. Ao voltar, foi jul­gado e preso, sendo finalmente solto no final do ano de 1985.